Requiem às palavras

O suave som do ventilador de teto movimentando suas pás.
A caneta inquieta batendo com a ponta na folha de papel.
Ela chama, chama, e nada de a inspiração aparecer. Já ultrapassara a fase das milhares de bolinhas de papel dividindo espaço relutantes na lata de lixo: não há mais o que escrever.
O estomago fica apertado, a mão que antes transpassava linhas e mais linhas com abismante facilidade, hoje trabalha preguiçosa. Requiem: A inspiração morreu. Ou, pelo menos, o "assunto pendente" que a fizera escrever.
Escrever é a droga de quem escreve, um vício, um breve alívio no peito e na mente. Até que a vida intrusa aconteça e obrigue o usuário de palavras a escrever mais. Assim acontece até a inspiração envelhecer.
Mãos tremulas fecham o caderno. Ela morre.
Na capa amarelada do caderno velho: "Viverei novamente quando houver o que ser escrito, vice-versa"
Requiem...

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