Apague-se


Era um homem que de tanto pranto sentia a dor do desencanto
Achava que como na vida, o amor dependia de experiências acumuladas
Que depois de tanto esforço e repertório, tanto gasto e pouca reciproca, tanto envolvimento tedioso
Sairia glorioso!
Mas tanta suposta sabedoria de nada lhe adiantou,
Quando como uma brisa o amor surgiu e com um empurrão do próprio homem caiu no mar dos desarranjos e se afogou

A lição que o homem recebeu foi triste porque tardou:
Na vida não se é feliz quando se sabe sobre o amor
Mas sim quando se tem vontade de conhece-lo e agarra-lo, sem previsões do que já foi
Esquecendo-se do que se tornou para ser um eu novo a cada proposta de sentimento,
Pois não há amor que se pinte n’uma folha reciclada
A borracha existe porque há coisas que devem ser apagadas,
Não acumuladas.

Comentários

Postagens mais visitadas