Domingo

Foi um encontro inesperado
Os dois ali, semiparados, brincando de respirar
Quando os olhos inatenciosos decidiram se encontrar
Não havia romantismo, era um final de domingo
E de repente em uma converasa longa e descontraida
Encontraram-se sorrindo
Saindo de si para entrar no outro
Papo vai, papo vem
Em mundos distintos fundiram-se e confundiram-se
Eram os mesmos mas tudo soava diferente
O anoitecer, o drops de menta, a praça de esquina
Tudo passou a remeter, convertendo o básico ao romântico
E até em meio as loucuras e neuroses o amor surgia
Na maior cara de pau, impossibilitanto o tchau e amenizando males
Assim como uma sanfona que estufa e perde o ar
Aos poucos e naturalmente, passaram a se amar
Como uma tarde de domingo
Que ninguém espera encontrar e as vezes surpreende
Com uma brisa acolhedora e a certeza de, em breve, recomeçar (...)