Pausa para a depressão

Eu tenho TCC pra fazer, tenho que pensar em mil livros pra ler e preciso, necessito, criar vergonha na cara pra estudar. É o último ano de faculdade, estou tentando transformar isso em prioridade, mas meu coração fala mais que rodinha de mulher solteira, grita mais alto que meus pensamentos sóbrios (os poucos que me restam).

Notei nos últimos dias, que há tempos me abandonei, não fisicamente, não inteiramente, mas deixei um pouco da minha essência de lado, não me preocupo mais em me agradar. Abandonei os detalhes que alegravam os meus dias, por simplesmente estar exausta, por ter me deixado abater pelo muito que me dispus a sentir. É normal sentir tanto? Tanta gente por aí ligando pra porra nenhuma.

Minha professora de psicologia na faculdade só me via uma vez por semana, quase não conversava comigo, mas certa vez me disse que eu deveria parar de carregar o mundo nas costas. O pior é que eu já deixei de carrega-lo faz tempo, male má empurro o meu próprio com a barriga!

Quanto sofrimento, né? Fico me perguntando o que vou fazer da vida quando parar de sofrer, essa falta de vontade pra viver é a única coisa que cabe em mim sem transbordar, sem preocupar. É tão fácil.

Vejo você por aí, carregando suas quatro paredes para onde quer que vá, e me dá uma saudade de quando tinha disposição pra tentar derrubá-las, agora nem isso. Eu queria poder, por um momento, te abraçar e só. Nada de pensamentos, nada de palavras, só abraçar e fim. Eu, do lado de cá, fico perambulando pela cidade e pela minha mente, mentindo pro espelho, pro meu cérebro e pra você te fazendo de invisível...

E fica por isso mesmo, esse vazio que emana dor (...)