Placenta


Fui abortada de uma vida onde eu era destemida
Porém não imaginava, ainda era feto e o afeto não me amava
É estranho, me abortaram e quem sente um pedaço faltando sou eu...
O coração não é, porque apesar de calejado ele ainda é meu!

Agora entendo!

O afeto não me amou pois esqueceu seu coração em outra mão
Não adianta querer sentir quando se está sendo espremido, impedido

Que mal agouro!

Andava tão segura de mim que seria capaz de me transformar em ouro, outro
Só pra mostrar que sabia o meu valor
Grande merda!
De que me adianta ter valor e amar sempre os incapazes?
Pobres rapazes, no final eu só digo: Não sabem o que perderam!
Talvez eles saibam, mas continuam apegados ao medo e ao comodismo
Repito: Grande merda!
Que se atirem de um abismo!

Comentários

  1. Ual! Acho que a consequência é o combustível da inspiração.

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  2. Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
    Quando o teu doce olhar pousa no meu?
    Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
    Ou qual a imagem que alberga o peito teu?

    Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo
    O bom sonho da feroz realidade...
    Não palpita d´amor, um coração
    Que anda vogando em ondas de saudade!

    Embora mintas bem, não te acredito;
    Perpassa nos teus olhos desleais
    O gelo do teu peito de granito...

    Mas finjo-me enganada, meu encanto,
    Que um engano feliz vale bem mais
    Que um desengano que nos custa tanto!

    Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"


    Lembrei tanto deste poema, lendo seu post. Espero que goste, Flerbela entende todos os amantes! :D

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