Definindo o Tempo Sem Algarismos

Há alguns dias a presença do ‘tempo’ vem sendo constante em meu pensamento.
Nostalgia, pensar no futuro, tentar esquecer, realizar. Tudo que vivemos tem haver com o tempo, não só o que contamos conforme as voltas do relógio. Tempo é o quanto você aproveitou o colo de sua mãe, quantas lágrimas te fizeram evoluir, quantas formas de amor você vivenciou e o modo em como todas foram intensas; o fato de nunca esquecer o que foi bom, mesmo tendo motivos; o fato de viver muitas coisas, mas apenas algumas ficarem tatuadas na memória e no peito; as rugas que ao longo dos anos demonstrarão o quanto você já viveu, as amizades que você conquistou e as que perdeu, os sonhos que você teve, os que ainda tem e os que nem imagina que terá; a validade de sua vida e o quanto de sentimento você poderá exalar ou inspirar.
Geralmente nos prendemos aos números apontados pelo ponteiro e deixamos de pensar nisso tudo, de viver isso tudo. Creio que a finalidade do tempo seja lembrar-nos que a vida não espera, porém, isso não significa que devamos nos afobar, é mais um “Aprecie”.
O modo como o entendemos depende muito de nosso estado de espirito. O meu tempo hoje, por exemplo, tem muito haver com coisas que ficaram inalcançáveis, com a saudade e a nostalgia. Pessoas as quais a convivência limita-se em memorias, sentimentos gastos e antigos, mas que se recusam a ir embora. Então, pode-se dizer que o tempo que descrevi nunca acaba, pois, mesmo que tudo que eu tenha citado faça ou venha a fazer parte do passado, são os pedaços que formam o que sou e, até quando eu morrer, essas coisas, pessoas, momentos e sentimentos jamais deixaram de ter existido ou acontecido (...)
Qual é o seu tempo no momento?